sexta-feira, 1 de junho de 2018

purgatory

Só há gato escrevendo gato.
Que pena não traduzir tantas
gatografias.
Hora este rebuliço não valerá
mais a pena.
O papel de seda me parece uma ótima
estratégia para os dias
de dor.
Na cozinha, há um rato
preso em um adesivo
embaixo do fogão.
Esfacelado, o rato pensa nas inúmeras
gatografias entre uma
última memória e outra.
Mas antes um gato, reflete,
a morte lenta gera uma confusão.
Dia seguinte, ainda vivo,
titio esmaga seu último orgão.
O rato escapou finalmente
da suja cozinha,
habitat de seus assassinos.


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