e entrelaçar os meus cotovelos com os seus
com os dois de costas um para o outro
de repente você inclina para frente
e me levanta
estou suspenso no ar com as pernas
em movimento contrário aos meus estímulos
deito por completo nas tuas costas
e esqueço teu nome enquanto estamos
girando em torno do ar que leva o peso
e guia o entorno de nossos corpos
para que a tontura não nos atinja
meu corpo espalhado na sala
sussurra ao ouvido do piso de cerâmica
que esperar as oportunidades
do bicho caçado é laminha
freio no próprio eixo de oportunidades
diz o poeta que as páginas estão cobertas
de tinta vermelha
e o sangue é visível aos olhos dos versos
sem limites
minhas memórias invadem a infância
e por um momento penso
no primeiro movimento da estrofe