jorge eu desconheço. talvez ele seja uma multidão de sentimentos, explosão de repúdio ou um par de pernas deixadas para trás. jorge talvez como uma casa, como se fosse a casa de paredes decepadas e telhados empoeirados, sustentando as residências dos insetos que percorriam seu corpo durante a noite. jorge, uma mentira. jorge é querer responder com um sinônimo o nome que tanto anuncia meus sentidos mais íntimos e políticos. uma guerra civil que só a subjetividade do meu silêncio permite a elaboração das respostas paras as páginas que escrevi com o pensamento em jorge. jorge é aquele que pouco conversa, mas surta quando ofélia lhe oferece um banho. ama a ideia de vê-la nua e justifica interesses com chicletes trocados de boca em boca, mastigados, quando a vontade era a de mastigar os cômodos espaços das línguas, salivando vinhos e cigarros durante a madrugada. eu prefiro chá, ofélia cochichou uma vez que disso ele não gosta. jorge, uma incógnita. talvez o cansativo e vergonhoso número de mensagens trocadas jamais conseguirão ordenar o real significado das palavras que escrevo. escrevo para você, jorge, para você.
"cartas à ofélia"
22.04.18
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